Em tempos de selfie e supervalorização da própria figura, seu look, estilo e aparência, foi superinteressante passear pelas obras dessas mulheres determinadas na exposição no Instituto Tomie Ohtake. Dei a dica na última semana e quase na data do post fui conferir uma visita guiada a convite do Lar Center e Casa Cláudia.
À frente do seu tempo, decididas e à procura de marcar sua assinatura além do autorretrato… Seguem abaixo as boas impressões sobre a mostra!
O look, o retrato, a força feminina
Durante a visita, a guia, que foi excelente e expôs questões pertinentes, introduzia as obras dessas mulheres pintoras surrelalistas nos fazendo pensar sobre a posição daquelas artistas, seu olhar na sociedade e como a cada arte marcavam seu perfil e personalidade. Procurar nossa assinatura e traçar nossa linguagem é ou não é o que buscamos?
Achei a princípio curioso quando a educadora sugeriu que Frida estava a frente do seu tempo ao buscar retratar-se, expressar-se por suas roupas de camponesa em meio a burguesia que pertencia, marcar seu estilo e caráter. Ela comparou ao que fazemos hoje diariamente nas redes sociais, como é algo intrínseco aos nossos dias e praticado por Kahlo e outras em suas obras reflexivas e tão pessoais. Não é uma interpretação interessante?
Entre as diversas obras expostas, engana-se quem pensa que vai se surpreender ao ver a artista mexicana que é mais pop entre as demais… Outras doze artistas que também frequentaram o México em sua época, também apresentam grandes conexões com sua linguagem e estão bem presentes. Fiquei entusiasmada em conhecer novas artistas surrealistas e poder compreender melhor com os dados biográficos trazidos pela monitoria. Como é bom sentir que uma expo nos faz refletir e aprender!
No caminho da mostra, as pintoras se misturam de acordo com temas que representam cada ambiente e figurinos completos inspirados no vestuário de Frida também roubam a cena. Um colorido fascinante!
Para quem for, é imprescindível notar a última obra, escolhida para fechar a exposição… Balada por Frida Kahlo por Alice Rahon (foto daqui). A pintura com cores, traços e luz que me cativaram apresenta supostamente o caminho percorrido pelas duas, Alice e Frida, durante um relacionamento afetivo. Dá para notar uma linha do tempo, como se Alice tivesse representado momentos importantes para as duas e então, há pequenos animais que parecem gazelas, saindo da tela no canto direito da obra. Como um fechamento, uma despedida. E a frase em francês: “Para Frida pelos olhos de uma andorinha…”
Toda montagem, mensagem e essas mulheres fortes me fizeram gostar muito do passeio. Deu vontade de saber mais sobre a protagonista da exposição, sobre as demais e notar a reflexão possível entre a expressão necessária da época (Frida viveu entre 1907 – 1954) por parte de mulheres a frente do seu tempo e hoje.
Já havia falado sobre o funcionamento e endereço da exposição aqui, mas não pude deixar de voltar e registrar as impressões após a visita. Fica a sugestão e pontos em destaque! #colavisita #colaindica
Fotos no interior da expo feitas por mim com cel e meu flagra por Marcos Honma